Aquele abraço no carro depois da nossa última apresentação, teve um significado maior do que todas as merdas de peças que vou morrer tentando escrever. E ele foi só nosso, longe do público, porque de uma certa forma a gente vinha guardando nos braços há anos esse sentimento de estarmos vivendo uma grande parcela do sonho de duas vidas. Eu não vou parar. Eu vou teimar mais. Eu vou continuar com a TERRA, o Bioma, e principalmente, perto do meu irmão que por pura burrice, eu deixei de estar junto por um grande e errado tempo.
Eduardo Ruiz
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Platéia Lotada
Bem, nossa primeira temporada aqui em São Paulo deixou ontem, dia 24 de maio de 2009, muitas coisas no ar do querido Viga Espaço Cênico. Muitas lágrimas em quem foi nos ver, muitos abraços de quem voltou, muito sushi dos amores com quem seguimos depois e muita de saudade de nosso talco. Deixou também lágrimas em quem há muito se esforça por manter viva essa coisa estranha que é o teatro.
Depois de mais de um ano de trabalho, especulações, dores de cabeça, dores nas costas, enjoos, soluços e prazeres nos olhos e na garganta, abracei o Dú no carro e vimos, juntos, um ano de nossas vidas. Um ano cercado de flores como a Lavínia, como o Bruno, a Larissa, o Márcio Vinícius, Márcio Araújo... Flores que nos deram a oportunidade de realizar um sonho de infância: fazer teatro e emocionar as pessoas.
Digo infância porque quando agente começou a fazer teatro, nenhum dos dois tinha, de verdade, noção alguma do trabalho que seria trazer público, conseguir dinheiro, vencer os desprazeres de viver num mundo, às vezes, tão mesquinho de sonho, tão fútil na hipocrisia que veste, tão insosso nos seus ideais “bacanas”, tão fustigado de terra a se chorar, sozinho em seu espaço vasto e vazio por entre as estrelas.
Temos visto pessoas saírem chorando de nossa peça a ponto de não conseguirem falar depois. E quando conseguem, logo começam a brotar de seus olhinhos o fruto de sermos Humanos! E acho que essa é nossa “missão” nesse trabalho. Não gosto nada dessa palavra, porque dela deriva messiânico, e não somos pregadores... Mas missão também significa o desempenho de um dever, e disso sim, me sinto responsável porque essa é minha profissão, meu ofício, meu trabalho!
Não acredito, de modo algum, que o teatro deva viver sob a sombra de alguma ideologia. Na verdade, acho esse papo um saco! Mas me sinto extremamente responsável pelo público que nos entrega algumas horas de seu preciso tempo pra ouvir, cheirar, prestar atenção nos outros... Ações simples e raras hoje em dia, ações que nos fazer lembrar que, de fato, o tempo é precioso. Precioso não por vivermos numa grande metrópole, cheia de informações e etc e etc... Por isso também, mas sobretudo, porque vivemos no mundo agora, e a despeito de nossas outras milhares de encarnações, é nessa aqui que estamos vivendo agora, e nada mais! E ela passa, como uma temporada num teatro.
Podemos fazer o espetáculo para nós, apenas, e já seria lindo! Mas algo me diz que, quando alguém pára e olha pelo buraquinho da fechadura daquela casa, cheia de terra e poeira, vê através de nós, as coisas que deixou pra trás. E isso trás de volta a chance de vivermos o agora e não as encarnações que ainda virão. Nos tira a reboque de nossa incrível solidão do não cheirar, do não sorrir, do não falar... Nos tira da opressão de um teatro vazio e nos coloca no centro da ação do viver com outros: o aqui e agora dessa nossa temporada que não terminará nunca...
São Paulo, 25 de Maio de 2009
Gustavo Sol
Bem, nossa primeira temporada aqui em São Paulo deixou ontem, dia 24 de maio de 2009, muitas coisas no ar do querido Viga Espaço Cênico. Muitas lágrimas em quem foi nos ver, muitos abraços de quem voltou, muito sushi dos amores com quem seguimos depois e muita de saudade de nosso talco. Deixou também lágrimas em quem há muito se esforça por manter viva essa coisa estranha que é o teatro.
Depois de mais de um ano de trabalho, especulações, dores de cabeça, dores nas costas, enjoos, soluços e prazeres nos olhos e na garganta, abracei o Dú no carro e vimos, juntos, um ano de nossas vidas. Um ano cercado de flores como a Lavínia, como o Bruno, a Larissa, o Márcio Vinícius, Márcio Araújo... Flores que nos deram a oportunidade de realizar um sonho de infância: fazer teatro e emocionar as pessoas.
Digo infância porque quando agente começou a fazer teatro, nenhum dos dois tinha, de verdade, noção alguma do trabalho que seria trazer público, conseguir dinheiro, vencer os desprazeres de viver num mundo, às vezes, tão mesquinho de sonho, tão fútil na hipocrisia que veste, tão insosso nos seus ideais “bacanas”, tão fustigado de terra a se chorar, sozinho em seu espaço vasto e vazio por entre as estrelas.
Temos visto pessoas saírem chorando de nossa peça a ponto de não conseguirem falar depois. E quando conseguem, logo começam a brotar de seus olhinhos o fruto de sermos Humanos! E acho que essa é nossa “missão” nesse trabalho. Não gosto nada dessa palavra, porque dela deriva messiânico, e não somos pregadores... Mas missão também significa o desempenho de um dever, e disso sim, me sinto responsável porque essa é minha profissão, meu ofício, meu trabalho!
Não acredito, de modo algum, que o teatro deva viver sob a sombra de alguma ideologia. Na verdade, acho esse papo um saco! Mas me sinto extremamente responsável pelo público que nos entrega algumas horas de seu preciso tempo pra ouvir, cheirar, prestar atenção nos outros... Ações simples e raras hoje em dia, ações que nos fazer lembrar que, de fato, o tempo é precioso. Precioso não por vivermos numa grande metrópole, cheia de informações e etc e etc... Por isso também, mas sobretudo, porque vivemos no mundo agora, e a despeito de nossas outras milhares de encarnações, é nessa aqui que estamos vivendo agora, e nada mais! E ela passa, como uma temporada num teatro.
Podemos fazer o espetáculo para nós, apenas, e já seria lindo! Mas algo me diz que, quando alguém pára e olha pelo buraquinho da fechadura daquela casa, cheia de terra e poeira, vê através de nós, as coisas que deixou pra trás. E isso trás de volta a chance de vivermos o agora e não as encarnações que ainda virão. Nos tira a reboque de nossa incrível solidão do não cheirar, do não sorrir, do não falar... Nos tira da opressão de um teatro vazio e nos coloca no centro da ação do viver com outros: o aqui e agora dessa nossa temporada que não terminará nunca...
São Paulo, 25 de Maio de 2009
Gustavo Sol
domingo, 10 de maio de 2009
Final de Temporada no Espaço Viga
FINAL DE TEMPORADA!!!!!!!
Quem não viu nossa preciosa peça, ainda tem tempo de se planejar pra ver! E quem já viu e quer ver de novo, sabe que vale a pena! Apesar desse joguinho sujo de palavras, esperamos você por lá! Até 24 de maio, no Viga Espaço Cênico.
bjs
Gustavo Sol
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